A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro e a ampliação dos parâmetros de controle dos atos administrativos: um novo paradigma

Autores

  • Edilson Vitorelli Universidade Presbiteriana Mackenzie

DOI:

https://doi.org/10.21056/aec.v19i78.1150

Palavras-chave:

Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, LINDB, controle dos atos administrativos, juridicidade, consequencialismo.

Resumo

Este texto explora os horizontes do controle dos atos administrativos a partir dos novos dispositivos da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), aprovados em 2018. Demonstra-se que a lei promove uma ampliação dos parâmetros de controle de legalidade, abandonando, em definitivo, a ideia de legalidade formal, para promover o controle de juridicidade. A LINDB passa a incluir o controle da avaliação apropriada de valores jurídicos abstratos e das consequências da decisão projetada, os quais devem compor, de modo expresso, a motivação da decisão, sob pena de nulidade. A existência e a veracidade desses motivos são sindicáveis pelos órgãos de controle, pelo Ministério Público e pelo Poder Judiciário.

Biografia do Autor

  • Edilson Vitorelli, Universidade Presbiteriana Mackenzie
    Pós-doutor em Direito pela Universidade Federal da Bahia, Professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie (São Paulo-SP, Brasil). Pós-doutor em Direito pela Universidade Federal da Bahia (Salvador-BA, Brasil), com estudos no Max Planck Institute for Procedural Law (Luxembourg). Doutor em Direito pela Universidade Federal do Paraná. Visiting scholar na Stanford Law School. Visiting researcher na Harvard Law School. Mestre em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais, graduado em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais. Professor e orientador pedagógico na Escola Superior do Ministério Público da União. Procurador da República. Foi Juiz Federal e Procurador do Estado de Minas Gerais. E-mail: edilsonvitorelli@gmail.com

Referências

BARTELS, Daniel M. et. al. Moral Judgment and Decision Making. In: G. KEREN, G. e WU, G. (Eds.) Blackwell Reader of Judgment and Decision Making. Malden: Blackwell, 2014.

BARON, Jonathan; SPRANCA, Mark. Protected Values. In: Organizational Behavior and Human Decision Processes, vol. 70, n. 1, 1997, p. 1-16.

BARROSO, Luís Roberto. Neoconstitucionalismo e constitucionalização do Direito (O triunfo tardio do direito constitucional no Brasil). Revista de Direito Administrativo, vol. 240, 2005, p. 1-42.

BEHRMAN, J.; STACEY, N. (Eds.). The Social Benefits of Education. Ann Arbor: University of Michigan Press, 1997.

BENTHAM, Jeremy. An Introduction to the Principles and Morals and Legislation. South Carolina, Createspace Independent Publishing Platform, 2016.

CHEMERINSKY, Erwin. The Supreme Court. 1988 Term-Foreword: The Vanishing Constitution, Harvard Law. Review. Vol. 103, 1989, p. 43 e ss.

DALLARI, Adilson Abreu. Controle compartilhado da administração da Justiça. Rev. Jur., Brasília, v. 7, n. 73, 2005, p.1-17.

ELHAUGET, Einer R.. Does Interest Group Theory Justify More Intrusive Judicial Review? The Yale Law Journal, vol. 101, 1991, p. 31 e ss.

EISGRUBER Christopher L., Constitutional self-government and judicial review: A reply to five critics. University of San Francisco Law Review, vol. 37, 2002, p. 115 e ss.

FOOT, Philippa. The Problem of Abortion and the Doctrine of the Double Effect. In: FOOT, Philippa. Virtues and Vices. Oxford: Basil Blackwell, 1978.

FOOT, Philippa. Moral Dilemmas: and other topics in moral philosophy. London: Clarendon Press, 2003.

GARCÍA DE ENTERRÍA, Eduardo; FERNANDEZ, Tomás-Ramón. Curso de Direito Administrativo. Vol. 1. Trad. José Alberto Froes Cal. São Paulo: RT, 2014, edição eletrônica.

HIRST, Paul. Representative Democracy and its Limits. Cambridge: Polity, 1991.

JUSTEN FILHO, Marçal. Art. 20 da LINDB - Dever de transparência, concretude e proporcionalidade nas decisões públicas. In Revista de Direito Administrativo, edição especial LINDB, 2018, p. 13-41.

KAPLOW, Louis. Private versus Social Costs in Bringing Suit. In: Journal of Legal Studies, vol. 15, 1986, p. 371 e ss.

MEIRELES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 29. ed. São Paulo: Malheiros, 2004.

MILL, John Stuart. On Liberty. In: MILL, John Stuart. The Basic writings of John Stuart Mill. London: Random House, 2002, p. 3-122.

MILL, John Stuart. Utilitarismo. Porto: Porto Editora, 2005.

NOZICK, Robert. Anarchy, State and Utopia, New York: Basic Books, 1974.

PENNOCK, J. Roland (ed.). Representation. New York: Atherton Press, 1968.

PITKIN, Hanna Fenichel. The concept of representation. Berkeley: University of California Press, 1984.

PARISI, Francisco. The Oxford Handbook of Law and Economics. 3 Vols. London: Oxford University Press, 2019.

POLINSKY, A. Mitchell; RUBINFELD, Daniel L. The Deterrent Effects of Settlements and Trials. In: International Review of Law and Economics, vol. 8, 1981, p. 109-116.

POLINSKY, A. Mitchell; SHAVELL, Steven. Punitive Damages: an economic analysis. Harvard Law Review, vol. 111, n. 4, p. 869-962, 1998.

RESNIK, Judith. Managerial Judges. 96 Harvard Law Review, vol 92, 1982, p. 377 e ss.

ROCHA, Carmem Lucia Antunes. Princípios constitucionais da administração pública. Belo Horizonte: Del Rey, 1994.

SHAVELL, Steven. Foundations of Economic Analysis of Law. Cambridge: Harvard University Press, 2004.

SUMNER, L. W. Welfare, Happiness, and Ethics, Oxford: Oxford University Press, 1996.

THOMSON, Judith. Killing, Letting Die, and the Trolley Problem. In: The Monist vol. 59, 1976, p. 204-17.

THOMSON, Judith. The Trolley Problem. In: Yale Law Journal, vol. 94, 1985, p. 1395-1415.

UNGER, Peter. Living High and Letting Die. Oxford: Oxford University Press, 1996.

VITORELLI, Edilson. O devido processo legal coletivo: dos direitos aos litígios coletivos. São Paulo: RT, 2016.

VITORELLI, Edilson. Levando os conceitos a sério: processo estrutural, processo coletivo, processo estratégico e suas diferenças. In: Revista de Processo, 284, 2018, p. 333 e ss.

VOEGELIN, Eric. Representation and existence. In: HENNINGSEN, Manfred (ed.). The collected papers of Eric Voegelin. vol. 5: Modernity without restraint. Missouri: Univesrity of Missouri Press, 2000, p. 109-128

WHITE, Albert B. Self-Government at the Kings Command: a study in the beginnings of English democracy. Minneapolis: The University of Minnesota Press, 1933.

Downloads

Publicado

2019-12-30