Notas acerca dos serviços públicos de energia elétrica no Brasil: uma análise a partir da ótica do STF

Autores

  • Luiz Egon Richter Universidade de Santa Cruz do Sul
  • Neiva Cristina de Araújo Universidade de Santa Cruz do Sul

DOI:

https://doi.org/10.21056/aec.v10i42.332

Palavras-chave:

energia elétrica, serviços públicos, Supremo Tribunal Federal.

Resumo

Abordar a temática envolvendo o serviço público de energia elétrica
não é tarefa das mais fáceis, até mesmo em decorrência da pouca doutrina
escrita. Assim, no presente artigo, busca-se elaborar um caminho, que
perpassa pelos julgados do Supremo Tribunal Federal brasileiro, a fim de
trazer elementos que facilitem/auxiliem a compreensão de alguns aspectos
fundamentais para compreensão da temática aqui proposta. Nessa linha,
necessário destacar que a Constituição Federal de 1988 não apenas inaugura o
maior período democrático vivido pelo Brasil, mas também exerce importantes
e fortes influências no ordenamento jurídico brasileiro, inegável que se trata
de um instrumento que rompe com o passado e dá início a uma nova fase, não
apenas no plano jurídico, mas também do ponto de vista político-social. Estas
influências espalham-se, portanto, por diversos segmentos sociais e jurídicos,
abrangendo, inclusive, o que é aqui é o grande objeto de estudos: os serviços
públicos de energia elétrica, matéria que, ultimamente, tem despertado o
interesse dos estudiosos do Direito Público. De grande importância a temática
aqui abordada, pois hoje, no Brasil, segundo dados do IBGE, mais de 90%
(noventa por cento) da população tem acesso ao serviço de energia elétrica,
em outras palavras, é um serviço público que está presente no cotidiano do
brasileiro. A fim de elucidar algumas questões que circundam os serviços
públicos de energia elétrica, o presente artigo tem por intuito traçar algumas
notas acerca das modalidades de exploração destes serviços e os seus modos
de delegação — concessão, permissão e autorização, bem como analisar as
formas de exploração da referida modalidade de serviços públicos, para ao
final discorrer acerca de alguns entendimentos do Supremo Tribunal Federal
envolvendo a matéria.

Biografia do Autor

  • Luiz Egon Richter, Universidade de Santa Cruz do Sul

    Professor de Direito Administrativo e de Registros Públicos da Universidade de Santa Cruz do Sul
    (UNISC). Mestre em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC).

  • Neiva Cristina de Araújo, Universidade de Santa Cruz do Sul

    Advogada. Especialista em Direito Público pelo IDC. Professora junto à FAPLAN em Passo Fundo (RS).
    Mestranda em Direito pela UNISC. Integrante do Grupo de Estudos Intersecções entre Direito Público
    e Direito Privado, coordenado pelo Prof. Pós-Doutor Jorge Renato dos Reis. Bolsista BIPPS.

Referências

ANEEL. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br>. Acesso em: 20 de ago. 2010.

ARAGÃO, Alexandre Santos de. Direito dos serviços públicos. Rio de Janeiro: Forense, 2007.

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de direito administrativo. 7. ed. São Paulo: Malheiros, 1995.

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de direito administrativo. 21. ed. São Paulo: Malheiros, 2006.

BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Natureza e regime jurídico das autarquias. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1968.

BRASIL. Constituição (1988). Disponível em: <http://www.planalto.gov.br>. Acesso em: 21 ago. 2010.

BRASIL. Decreto nº 2.655, de 2 de julho de 1998. Regulamenta o Mercado Atacadista de Energia Elétrica, define as regras de organização do Operador Nacional do Sistema Elétrico, de que trata a Lei nº 9.648, de 27 de maio de 1998, e dá outras providências.

BRASIL. Decreto nº 41.019 de 26 de fevereiro de 1957, regulamenta os serviços de energia elétrica.

BRASIL. Lei nº 8.987 de 13 de fevereiro de 1995. Dispõe sobre o regime de concessão e permissão da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição Federal, e dá outras providências.

BRASIL. Lei nº 9.991/2000. Dispõe sobre realização de investimentos em pesquisa e desenvolvimento e em eficiência energética por parte das empresas concessionárias, permissionárias e autorizadas do setor de energia elétrica, e dá outras providências.

BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Disponível em: <http://www.stf.gov.br>. Acesso em: 23 ago. 2010.

CALDAS, Geraldo Pereira. Concessões de serviços públicos de energia elétrica: em face da Constituição Federal de 1988 e o interesse público. 2. ed. Curitiba: Juruá, 2008.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Parcerias na Administração Pública. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

FINN, Karine. O serviço público de fornecimento de energia elétrica no Brasil. In: BACELLAR FILHO, Romeu Felipe; BLANCHET, Luiz Alberto (Coord.). Serviços públicos:

estudos dirigidos. Organização de Daiana Trybus; Paulo Henrique Ribas e, Rodrigo Pironti Aguirre de Castro. Belo Horizonte: Fórum, 2007.

GROTTI, Dinorá Adelaide Musetti. Coleção temas de direito administrativo: o Serviço Público e a Constituição brasileira de 1988. São Paulo: Malheiros, 2003. t. VI.

IBGE. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 24 ago. 2010. JOHNSON, Bruce Baner et al. Serviços Públicos no Brasil: mudanças e perspectivas. São Paulo: Edgard Blüncher, 1996.

LANDAU, Elena. Autorização: um instrumento inadequado para o setor elétrico. Revista de Direito Administrativo, São Paulo, n. 246, p. 116, set./dez. 2007.

OLIVEIRA, Ruth Helena Pimentel de. Entidades prestadoras de serviços públicos e responsabilidade extracontratual. São Paulo: Atlas, 2003.

ROCHA, Cármen Lúcia Antunes. Estudo sobre concessão e permissão de serviço público no direito brasileiro. São Paulo: Saraiva, 1996.

ROLIM, Maria João C. Pereira. Direito econômico da energia elétrica. Rio de Janeiro: Forense, 2002.

Downloads

Publicado

2010-10-01

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

RICHTER, Luiz Egon; ARAÚJO, Neiva Cristina de. Notas acerca dos serviços públicos de energia elétrica no Brasil: uma análise a partir da ótica do STF. A&C - Revista de Direito Administrativo & Constitucional, Belo Horizonte, v. 10, n. 42, p. 219–240, 2010. DOI: 10.21056/aec.v10i42.332. Disponível em: https://revistaaec.com/index.php/revistaaec/article/view/332. Acesso em: 29 dez. 2024.