Transparência enquanto pretensão jurídica global
DOI:
https://doi.org/10.21056/aec.v15i61.23Keywords:
Globalização, Transnacionalismo, Direito Global, TransparênciaAbstract
O estudo que se apresenta objetiva analisar o primado da transparência enquanto pretensão jurídica global, partindo da caracterização básica do Direito Global. A globalização econômica produz um processo de globalização jurídica por via reflexa. Logo, importante se mensurar a impotência do Estado com a alvorada de novas instituições transnacionais e, consequentemente de um novo Direito, em um cenário no qual os embates surgem da relação space-body-law. A passagem da publicidade à transparência na seara do Direito Global propicia alternativas para os indivíduos, pessoas jurídicas, organizações não-governamentais e demais não-legitimados pelo Direito Internacional, confrontarem os episódios derivados do Direito nacional e dos fluxos de globalização, bem como, transitarem além das fronteiras clássicas e territorializadas dos Estados. Em igual sorte, são condições de efetividade às normas globais/transnacionais, notadamente para a defesa dos objetivos consignados, sob pena de ampla deturpação dos valores centrais ou esvaziamento dos processos decisionais. Utilizou-se, para o desenvolvimento da presente pesquisa, o método indutivo, operacionalizado pelas técnicas de conceitos operacionais e da pesquisa bibliográfica.References
ARCHIBUGI, Daniele. The global commonwealth of citizens: toward cosmopolitan democracy. Princeton: Princeton University Press, 2008.
ARNAUD, André-Jean. Governar sem fronteiras. Entre globalização e pós-globalização. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007.
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. “Brancosos” e interconstitucionalidade. Itinerários dos discursos sobre a historicidade constitucional. Coimbra: Almedina, 2008.
CASSESE, Sabino. Chi governa il mondo? Bologna: Il Mulino, 2013.
CASSESE, Sabino. Il diritto globale. Giustizia e democrazia oltre lo stato. Torino: EINAUDI, 2009.
CASSESE, Sabino. Oltre lo Stato. Bari/Roma: Laterza, 2006.
CERNY, Philip G. Globalization and changing logic of collective action. FRIEDEN, Jeffrey A.; LAKE, David A. International political economy: perspectives on global power and wealth. Londres: Routledge, 2000.
COTTERRELL, Roger. Law, culture and society. Aldershot: Ashgate, 2006.
COTTORRELL, Roger. What is transnational law? Law & Social Inquiry – Queen Mary University of London, London, n. 2, p. 340-372, 2012.
CROUCH, Colin. Postdemocrazia. Roma-Bari: Laterza, 2005.
DRUEY, Jean Nicolas. The noisy secrecy: Swiss banking law in international dispute. BEKKER, Pieter H. F.; DOLZER, Rudolf; WAIBEL, Michael. Making transnational law work in the global economy. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.
DUARTE, Francisco de Abreu. À descoberta do fundamento constitucional do direito administrativo global. Revista Eletrônica de Direito Público – Faculdade de Direito de Lisboa, Lisboa, n. 1, v. 1, 2014. Disponível em www.e-publica.pt. Acesso em 06 out. 2014.
EIGEN, Peter. Entrevista: medidas duras não bastam. Revista Veja, São Paulo: a. 47, n. 02, p. 02-05, 08 jan. 2014.
EUROPEAN Communities – Anti-Dumping Duties on Malleable Cast Iron Tube or Pipe Fittings from Brazil. Panel Report WT/DS219/R, March 7th 2003. Disponível em www.wto.org/english/tratop_e/dispu_e/cases_e/ds219_e.htm. Acesso em 20 maio 2014.
FUKUYAMA, Francis. O fim da história e o último homem. Rio de Janeiro: Rocco, 1992.
GINSBORG, Paul. La democrazia che non c’è. Tradução de Emilia Mohamed Bahaa El Din. Torino: Giulio Einaudi, 2006.
GIUDICE, Alessio lo. Istituire il postnazionale. Identità europea e legittimazione. Torino: G. Giappichelli, 2011.
GORMAN, Robert A. The development of international employment law: my experience on international administrative tribunals at the World Bank and the Asian Development Bank. Comparative Labor Law and Policy Journal, v. 25, 2004, p. 663-668.
GROSSI, Paolo. Mitologie giuridiche della modernità. 3. ed. Milano: Giuffrè, 2007.
HABERMAS, Jürgen. A constelação pós-nacional. Tradução de Márcio Selligmann-Silva. São Paulo: Litera Mundi, 2001.
JESSUP, Philip. Direito transnacional. Rio de Janeiro: Fundo de Cultura, 1965.
KINGSBURY, Benedict; KIRSCH, Nico; STEWART, Richard. The emergence of global administrative law. Law and Contemporary Problems. V. 38, n.3/4, p. 20, 2005.
LEEBRON, David W. Linkages. American Journal of International Law. Yale: v. 96, 2002.
MATTEUCCI, Nicola. Opinião pública. BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de política. Tradução de João Ferreira. Brasília: UnB, 1986.
NOWLAN, Aileen Elizabeth. Global administrative law and the legitimacy of the sanctions regimes in international law. The Yale Journal of International Law Online. v. 36, fev. 2010,p. 22.
OLIVIERO, Maurizio; CRUZ, Paulo Márcio. Reflexões sobre o direito transnacional. Revista Novos Estudos Jurídicos. Itajaí, v. 17, n. 1, p. 18-28, 2012.
PEREIRA, Márcia Regina de Souza. Estudo de caso: Estrada do Pacífico e a Iniciativa MAP – mobilização social transfronteiriça para gestão do desenvolvimento sustentável na Amazônia Sul-Ocidental. BENJAMIN, Antonio Herman; FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. Direito ambiental e as funções essenciais à justiça. O papel da Advocacia de Estado e da Defensoria Pública na Proteção do Meio Ambiente. São Paulo: RT, 2011.
REPOSO, Antonio. Introduzione allo studio del diritto costituzionale e pubblico. PEGORARO, Lucio; REPOSO, Antonio; RINELLA, Angelo; SCARCIGLIA, Roberto; VOLPI, Mauro. Diritto costituzionale e pubblico. 3. ed. Torino: G. Giappichelli, 2009.
ROSENAU, James N.: CZEMPIEL, Ernst Otto. (Orgs.). Governance without government: order and change in world politics. Cambridge: Cambridge University Press, 1992.
SHAPIRO, Martin. Administrative law unbounded: reflections of government and governance. Indiana Journal of Global Legal Studies, n. 369, v. 08, p. 374-376, 2000.
SCHEPEL, Harm. The constitution of private governance: product standards of integrating markets. Oxford: Hart, 2005.
SLAUGHTER, Anne-Marie. Governing the global economy through government network. BYERS, M. (Org.). The rule of law in international politics. Oxford: Oxford University Press, 2000.
SNYDER, Francis. Governing economic globalization: global legal pluralism and european law. European Law Journal, 5/4, 1999.
SOLÉ, Antoni Pigrau. Sur la responsabilité des sociétés transnationales pour graves dommages environnementaux. SILVA, José Antônio Tietzmann e; PRIEUR, Michel. Legal instruments for the implementation of sustainable development. Goiânia: PUC-Goiás, 2012.
SPINOZA, Baruch. Tratado político. Tradução Maria S. Chauí. São Paulo: Abril, 1983.
STAFFEN, Márcio Ricardo. A redução do estado constitucional nacional e a ascensão do direito global! Há espaço para os Juizados Especiais Federais. ROSA, Alexandre Morais da; STAFFEN, Márcio Ricardo. Direito global: transnacionalidade e globalização jurídica. Itajaí: Universidade do Vale do Itajaí, 2013.
STAFFEN, Márcio Ricardo; BODNAR, Zenildo; CRUZ, Paulo Márcio. Transnacionalización, sostenibilidad y el nuevo paradigma de derecho in siglo XXI. Revista Opinión Jurídica - Universidad de Medellín, v. 10, p. 159-174, 2011.
STAFFEN, Márcio Ricardo. Transparência: o Brasil na era do Direito Global. Carta Forense, São Paulo, v. 118, p. 14-15, 2013.
TEUBNER, Gunther et alii. Transnational governance and constitucionalism. Oxford: University Oxford Press, 2004.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Authors who publish in this Journal agree to the following terms:
- Authors retain copyright and grant the A&C - Administrative & Constitutional Law Review the right of first publication with the article simultaneously licensed under the Creative Commons - Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International which allows sharing the work with recognition of the authors and its initial publication in this Journal.
- Authors are able to take on additional contracts separately, for non-exclusive distribution of the version of the paper published in this Journal (eg.: publishing in institutional repository or as a book), with a recognition of its initial publication in this Journal.
- Authors are allowed and encouraged to publish their work online (eg.: in institutional repositories or on their personal website) at any point before or during the submission process, as it can lead to productive exchanges, as well as increase the impact and the citation of the published work (see theEffect of Open Access).