A importância da reforma da magistratura especializada para a otimização da jurisdição eleitoral
DOI:
https://doi.org/10.21056/aec.v17i68.810Keywords:
Administração da Justiça, Justiça Eleitoral, Magistratura, Jurisdição Eleitoral.Abstract
A presente investigação inicialmente averigua a grande disparidade que existe sobre a Justiça Eleitoral nas duas principais funções que cumpre (de um lado a administração das eleições/verificação de poderes e, de outro, a jurisdição eleitoral). Observa que, por desempenhar com notória eficiência a função de administração das eleições, a Justiça Eleitoral se reveste de legitimidade, figurando como um dos ramos mais eficientes do Judiciário no imaginário popular. Contudo, a literatura jurídica especializada tece severas críticas à qualidade da jurisdição eleitoral prestada por este ramo do Judiciário. Diante deste paradoxo, buscou-se perscrutar no modelo de organização da magistratura dentro da Justiça Eleitoral – que é diferente de todos os demais ramos do Poder Judiciário e também diferente de como são estruturados seus servidores administrativos – a origem dessa disparidade. Assim, observou-se que a magistratura eleitoral não possui corpo próprio de juízes e muitos deles igualmente não possuem as mesmas garantidas que buscam blindar o Poder Judiciário dos julgamentos influenciados e de ocasião. Igualmente, demonstrou-se a relação entre o modelo de magistratura adotado e as características fluidez e falta de segurança jurídica na jurisprudência eleitoral. Diante disso, abalizaram-se algumas propostas doutrinárias e legislativas para melhorar a prestação jurisdicional eleitoral reformulando-se o modo de recrutamento, garantias e estruturação dos magistrados eleitorais.References
AGRA, Walber de Moura. Exemplo de judicialização na atuação do Tribunal Judicial Eleitoral. In: BARRETO, Ricardo de Oliveira Paes, AGRA, Walber de Moura. Prismas do direito eleitoral – 80 anos do Tribunal Eleitoral de Pernambuco. Belo Horizonte: Fórum, 2012. p. 189-202.
ALVES, Eliana Calmon. Escolas da Magistratura. Revista da Escola Nacional da Magistratura, v. 1, n. 2, p. 18–25, 2006.
BANDEIRA, Regina Maria Groba. Seleção dos magistrados no direito pátrio e comparado. Viabilidade legislativa de eleição direta dos membros do Supremo Tribunal Federal. Brasília: [s.n.], 2002. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/documentos-e-pesquisa/publicacoes/estnottec/tema6/pdf/200366.pdf>.
BOTTINI, Pierpaolo Cruz. A Reforma do Judiciário: aspectos relevantes. Revista da Escola Nacional da Magistratura, v. 2, n. 3, p. 89–99, 2007.
BUTELER, Alfonso. La transparencia como política pública contra la corrupción: aportes sobre la regulación de derecho de acceso a la información pública. A&C — Revista de Direito Administrativo & Constitucional, Belo Horizonte, ano 14, n. 58, p. 61-106, out./dez. 2014.
CLÈVE, Clèmerson Merlin. Notas sobre a Justiça Eleitoral. in: Temas de Direito Constitucional. Belo Horizonte: Fórum, 2014.
COELHO, Margarete de Castro. Sobre o envolvimento de instituições judiciais em disputas políticas: o papel da Justiça Eleitoral Brasileira. In: Direito Eleitoral – debates iberoamericanos. Curitiba: Ithala, 2014, p. 15-24.
CORONA NAKAMURA, Luis Antonio. El proceso electoral federal 2014-2015: México. Revista de Investigações Constitucionais, Curitiba, vol. 3, n. 2, p. 65-86, maio/ago. 2016. DOI: http://dx.doi.org/10.5380/rinc.v3i2.45780.
CORONA NAKAMURA, Luiz Antonio. Paridad de género en materia electoral en México. Revista de Investigações Constitucionais, Curitiba, vol. 3, n. 1, p. 109-123, jan./abr. 2016. DOI: http://dx.doi.org/10.5380/rinc.v3i1.45111.
DALLARI, Dalmo de Abreu. O poder dos juízes. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2010 .
DANTAS, Humberto; OLIVEIRA, Samuel; SOUSA, Marcelo Augusto de Melo Rosa. Formação acadêmica e Direito Eleitoral: do ostracismo à novidade. Cadernos Adenauer XV – Justiça Eleitoral. Rio de Janeiro: Fundação Konrad Adenauer, 2014. p. 47.
FERREIRA, Alexsandro Fonseca; MAZZEI, Marcelo Rodrigues; GERAIGE NETO, Zaiden. O direito coletivo de acesso à informação pública: um estudo comparado entre a legislação brasileira e a colombiana. A&C – Revista de Direito Administrativo & Constitucional, Belo Horizonte, ano 13, n. 53, p. 177-194, jul./set. 2013.
GOMES, Luiz Flavio. A dimensão da magistratura: no Estado Constitucional e Democrático de Direito. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1997.
GUERRÓN, Juan Carlos Benalcázar. La facultad reglamentaria de los órganos electorales. Revista Paraná Eleitoral. v. 1, n° 3, p. 279-289. 2012.
LEAL, Rogério Gesta. Imbricações necessárias entre moralidade administrativa e probidade administrativa. A&C – Revista de Direito Administrativo & Constitucional, Belo Horizonte, ano 14, n. 55, p. 87-107, jan./mar. 2014.
LEAL, Rogério Gesta; FRIEDRICH, Denise Bittencourt. A Resolução n. 22.585/2007 do Tribunal Superior Eleitoral e a violação de direito civil e político fundamental: aspectos introdutórios. Revista de Investigações Constitucionais, Curitiba, vol. 1, n. 3, p. 105-121, set./dez. 2014. DOI: http://dx.doi.org/10.5380/rinc.v1i3.40519.
MARTINS, Ricardo Marcondes. Direito fundamental de acesso à informação. A&C – Revista de Direito Administrativo & Constitucional, Belo Horizonte, ano 14, n. 56, p. 127-146, abr./jun. 2014.
MAUS, Ingeborg. O Judiciário como superego da sociedade. Tradução de Geraldo de Carvalho e Garcélia Batista de Oliveira Mendes. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010.
MEILÁN GIL, José Luis. Una construcción jurídica de la buena administración. A&C – Revista de Direito Administrativo & Constitucional, Belo Horizonte, ano 13, n. 54, p. 13-44, out./dez. 2013.
MING’AN, Jiang; DAOMING, Tan. O primeiro passo na Grande Marcha: legislação e prática do Governo Aberto à Informação (GAI) na China. A&C – Revista de Direito Administrativo & Constitucional, Belo Horizonte, ano 15, n. 61, p. 51-69, jul./set. 2015.
NALINI. José Renato. A rebelião da toga. Campinas: Millennium, 2008.
OBERTO, Giacomo. Recrutement et formation des magistrats em Europe – Etude comparative. Estrasburgo: Conseil del’Europe, 2003. Disponível em: <http://www.coe.int/t/dghl/cooperation/lisbonnetwork/rapports/LivreOberto_fr.pdf>.
OLIVEIRA, Daniel Carvalho. 80 anos de Justiça Eleitoral: perspectiva histórica e desafios democráticos futuros. Revista Paraná Eleitoral. v. 1, n° 1, p. 11-23, 2012.
OLIVEIRA, Marcelo Roseno de. Controle das eleições: Virtudes e vícios do modelo constitucional brasileiro. Belo Horizonte: Fórum, 2010. p. 46-74.
OMMATI, José Emílio Medauar; FARO, Julio Pinheiro. De poder nulo a poder supremo: o Judiciário como superego. A&C - Revista de Direito Administrativo & Constitucional, v. 12, n. 49, p. 177–206, set. 2012.
PERLINGEIRO, Ricardo. A codificação do direito à informação na América Latina. A&C – Revista de Direito Administrativo & Constitucional, Belo Horizonte, ano 14, n. 56, p. 209-227, abr./jun. 2014.
ROSAS, Roberto. Justiça Eleitoral: Rapidez e Eficiência. Direito Público, v. 1, n. 1, 2003.Disponível em:<http://www.direitopublico.idp.edu.br/index.php/direitopublico/article/view/503/506>.
SADEK, Maria Tereza. A justiça eleitoral e a consolidação da democracia no Brasil. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisas Sociais, 2010.
SALGADO, Eneida Desiree. Princípios constitucionais eleitorais. Belo Horizonte: Fórum, 2010.
SALGADO, Eneida Desiree. Um novo modelo de administração das eleições e de Justiça Eleitoral para o Brasil. Direito Eleitoral – debates ibero-americanos. Curitiba: Ithala, 2014. p. 129–138.
SANTANO, Ana Claudia. Entre a (in)segurança jurídica, os direitos fundamentais políticos e o ativismo judicial: as deficiências da justiça eleitoral e seus efeitos sobre a democracia brasileira. Revista Direito Público, v. 12, p. 32-53, 2015.
SCHIAVI, Pablo. Información pública en clave de neoconstitucionalismo. A&C – Revista de Direito Administrativo & Constitucional, Belo Horizonte, ano 14, n. 57, p. 13-45, jul./set. 2014.
SCHIAVI, Pablo. Régimen jurídico de la acción de acceso a la información pública en el Uruguay. Revista de Investigações Constitucionais, Curitiba, vol. 2, n. 2, p. 137-168, maio/ago. 2015. DOI: http://dx.doi.org/10.5380/rinc.v2i2.44514.
VALIM, Rafael. El derecho fundamental de acceso a la información pública en el Derecho brasileño. Revista de Investigações Constitucionais, Curitiba, vol. 3, n. 1, p. 169-181, jan./abr. 2016. DOI: http://dx.doi.org/10.5380/rinc.v3i1.45114.
ZAFFARONI, Eugenio Raúl. Dimensión Política de um Poder Judicial Democrático. in:Cuadernos de Derecho Penal. Disponível em: http://new.pensamientopenal.com.ar/sites/default/files/2013/09/51zaffaroni.pdf. Acesso em: 14/09/2014.
ZAFFARONI, Eugenio Raúl. Dimensión Política de un Poder Judicial Democrático. Cuadernos de Derecho Penal, p. 15–53, 1992. Disponível em: <http://new.pensamientopenal.com.ar/sites/default/files/2013/09/51zaffaroni.pdf>. Acesso em: 19 set. 2014.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Authors who publish in this Journal agree to the following terms:
- Authors retain copyright and grant the A&C - Administrative & Constitutional Law Review the right of first publication with the article simultaneously licensed under the Creative Commons - Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International which allows sharing the work with recognition of the authors and its initial publication in this Journal.
- Authors are able to take on additional contracts separately, for non-exclusive distribution of the version of the paper published in this Journal (eg.: publishing in institutional repository or as a book), with a recognition of its initial publication in this Journal.
- Authors are allowed and encouraged to publish their work online (eg.: in institutional repositories or on their personal website) at any point before or during the submission process, as it can lead to productive exchanges, as well as increase the impact and the citation of the published work (see theEffect of Open Access).