Do Pouvoir Neutre ao Poder Moderador: a influência do constitucionalismo inglês no Brasil por meio da teoria de Benjamin Constant
DOI:
https://doi.org/10.21056/aec.v20i79.1125Palabras clave:
pouvoir neutre, poder moderador, constitucionalismo. Benjamin Constant, constituição.Resumen
O agravamento das dificuldades políticas resultantes da separação de poderes, durante a Revolução Francesa, fomentou a teoria voltada a um poder específico para preservar a constituição e o equilíbrio entre os poderes. A teoria foi difundida no Brasil, desde a primeira assembleia constituinte, por meio da obra de Benjamin Constant e o preceito de um poder neutro, influenciando o constitucionalismo luso e brasileiro do século XIX. Neste trabalho, questiona-se se a influência da teoria do poder neutro, por meio da obra de Benjamin Constant, seria uma influência francesa e orleanista sobre a constituição brasileira de 1824 ou principalmente um vetor interpretativo do constitucionalismo inglês. Para tanto, analisa-se a teoria de Benjamin Constant sobre o poder neutro, observando a sua aplicação inicialmente em contexto republicano, com ulterior adaptação ao regime monárquico. Posteriormente confronta-se os elementos de sua teoria com o movimento que gerou a constituição brasileira de 1824 e com a doutrina que dela decorre, durante o século XIX. Conclui-se que o constitucionalismo brasileiro recebeu, por meio da obra de Constant, não apenas a influência do constitucionalismo francês, mas que a teoria do poder neutro, que resulta na existência do poder moderador, é um vetor interpretativo do constitucionalismo inglês.
Referencias
BASTOS, Aureliano Cândido Tavares. A Pronvíncia. Estudos sobre a descentralização no Brasil. Rio de Janeiro: Garnier, 1870.
BARBOSA, Rui. Queda do Império. Obras completas de Rui Barbosa. Rio de Janeiro: Ministério da Educação e Saúde, 1889.
BRASIL. Projecto de Constituiçáo para o Imperio do Brazil (Versão publicada nos Anais da Assembleia Constituinte de 1823. Disponível em https://arquivohistorico.camara.leg.br/atom/AC1823/sobre/Inventario_AnaliticoAcervoConstituinte1823.pdf. Acesso em 14/02/2019.
BRASIL. Congresso Nacional. Câmara dos Deputados. Coordenação de Arquivo. Inventário analítico do arquivo da Assembleia Geral Constituinte e Legislativa do Império do Brasil, 1823 [recurso eletrônico] / Câmara dos Deputados. – 2. ed., rev. e reform. – Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2015. – (Série coleções especiais. Acervo arquivístico; n. 2). Disponível em https://arquivohistorico.camara.leg.br/atom/AC1823/sobre/Inventario_AnaliticoAcervoConstituinte1823.pdf. Acesso em 14/01/2019.
BRAZ, Florentino Henrique de Souza. Do poder moderador. Recife: Typographia Universal, 1864.
BONAVIDES, Paulo. As nascentes do constitucionalismo luso-brasileiro, uma análise comparativa. Disponível em https://archivos.juridicas.unam.mx/www/bjv/libros/4/1510/9.pdf. Acesso em 03/01/2019.
BONAVIDES, Paulo. O poder moderador na Constituição do Império. Revista de informação legislativa. Janeiro à março de 1974.
CANECA, Frei Joaquim do Amor Divino. Frei Joaquim do Amor Divino Caneca. Organização e Introdução Evaldo Cabral de Mello. São Paulo: Editora 34, 2001.
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional. 6. ed. Coimbra: Livraria Almedina, 1993.
CASSIMIRO, Paulo Henrique Paschoeto. O liberalismo político e a república dos Modernos: a crítica de Benjamin Constant aos conceito rousseauniano de soberania popular. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 20, Brasília, maio-agosto de 2016.
CARNEIRO DA CUNHA, Pedro Octavio. (1985). A Fundação de um Império Liberal. In S. B. de Holanda (org.), História Geral da Civilização Brasileira. 6a ed. São Paulo: Difel, Tomo II, vol. 1.
CARVALHO, José Murilo de. A monarquia brasileira. Rio de Janeiro: Editora ao livro técnico, 1993.
CLERMONT TONNERRE, Stanislas de. Analyse raisonnée de la constitution française. Paris: [s.n.], 1795.
CHACON, Vamireh. Joaquim Nabuco: revolucionário conservador. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2000.
CONSTANT, Benjamin. De la Force di Gouvernment Actuel. Paris: Éditions Flammarion, 1988. Disponível em: http://classiques.uqac.ca/classiques/constant_benjamin/de_la_force_du_gouvernement/force_du_gouvernement.pdf. Acesso em: 23/01/2019.
CONSTANT, Benjamin. Fragments d’un ouvrage abandonné sur la possibilité d’une constitution républicaine dans un grand pays, édité par H. Grange, Aubier, 1991.
CONSTANT, Benjamin. Réflexions sur les constitutions, la distribution des pouvoirs et les garanties, dans une monarchie constitutionnelle. Paris: H. Nicolle, 1814.
CONSTANT, Benjamin. Del espiritu de la conquista. Madrid: Tecnos, 1988.
CONSTANT, Benjamin. Principes de politique applicables a tous les gouvernemens représentatifs et particulièrment a la constitution actuelle de la France. Paris: Ches Alexis Eymery, De l'imprimerie de Hocquet, 1815.
CONSTANT, Benjamin. Des reáctions politiques. Paris: Éditions Flammarion, 1988. Disponível em: http://classiques.uqac.ca/classiques/constant_benjamin/des_reactions_politiques/reactions_politiques.pdf. Acessado em: 23/01/2019.
FAUSTO, Bóris. História do Brasil. 7 ed. São Paulo: Editora da USP, 1999.
FAORO, Raymundo. Os Donos do Poder – Formação do Patronato Político Brasileiro. Rio de Janeiro: Editora Globo, 1997.
FELDMAN, Jean-Philippe. Le constitutionnalisme selon Benjamin Constant. Revue française de droit constitutionnel. 2008/4 n° 76.
FRANCE. Acte additionnel aux constitutions de l'Empire, du 22 avril 1815. Disponível em: https://www.conseil-constitutionnel.fr/les-constitutions-dans-l-histoire/acte-additonnel-aux-constitutions-de-l-empire-du-22-avril-1815. Acessado em: 23/01/2019.
FRANCO, Afonso Arinos de Melo. Introdução. In O Constitucionalismo de D. Pedro I no Brasil e em Portugal. Brasília: Ministério da Justiça, 1994.
LAQUIÈZE, Alain. Benjamin Constant et L'acte Additionnel aux Constitutions de L’empire du 22 Avril 1815. In Historia constitucional, n. 4. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=640056 Acesso em 21/02/2019.
LYNCH, Christian Edward Cyril. O Discurso Político Monarquiano e a Recepção do Conceito de Poder Moderador no Brasil (1822-1824), In DADOS – Revista de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, Vol. 48, n o 3, 2005.
MONTESQUIEU, Charles-Louis de Secondat. L'Esprit des lois. Paris: Lavigne, 1843.
MOSSÉ, Benjamin. A vida de Dom Pedro II. Imperador do Brasil. São Paulo: Edições Cultura Brasileira, 1889.
OSORIO, Claudia, Patrícia Fonnegra. Benjamin Constant, Libertad, democracia y pluralismo. In Estudios Políticos, 47. Medellín, julio-diciembre de 2015.
PIMENTA BUENO, José Antônio. Marquês de São Vicente. Organização e introdução José Murilo de Carvalho. São Paulo: Editora 34, 2002.
QUIRINO, Célia N. Galvão. Introdução. In CONSTANT, Benjamin. Escritos de política. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
ROLLAND, Patrice. Comment préserver les institutions politiques ? La théorie du pouvoir neutre chez B. Constant. In Revue Française d'Histoire des Idées Politiques, 2008/1, n°27. Disponível em https://www.cairn.info/revue-francaise-d-histoire-des-idees-politiques1-2008-1-page-43.htm#re3no3, acessado em 03/01/2019.
SLIMANI, Ahmed. Le républicanisme de Benjamin Constant, 1792-1799. Aix-en-Provence: Presses universitaires d'Aix-Marseille, 1999.
SÓCRATES ... et al. Conselhos aos governantes. Brasília : Senado Federal, 1998.
TORRES, Josáo Camilo de Oliveira. A democracia coroada [recurso eletrônico]: teoria política do Império do Brasil. Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2017.
TORRES, João Camilo de Oliveira. Os construtores do Império [recurso eletrônico]: ideais e lutas do Partido Conservador brasileiro. Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2017.
SOARES DE SOUSA, José Paulino. Visconde do Uruguai. Organização e introdução José Murilo de Carvalho. São Paulo: Ed. 34, 2002.
VASCONCELOS, Bernardo Pereira de. Bernardo Pereira de Vasconcelos. Organização e introdução José Murilo de Carvalho. Sâo Paulo: ed. 34, 1999.
VASCONCELOS, Zacarias de Góes e. Da natureza e limites do Poder Moderador. Tip. Nicolau Lobo Vianna e Filhos: Rio de Janeiro, 1860.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Autores que publican en esta revista están de acuerdo con los siguientes términos:
- Autores mantienen los derechos autorales y conceden a la revista el derecho de primera publicación, con el trabajo simultáneamente licenciado bajo la Creative Commons - Atribución-NoComercial-SinDerivar 4.0 Internacional que permite compartir el trabajo con reconocimiento de la autoría y publicación inicial en esta revista.
- Autores tienen autorización para asumir contratos adicionales separadamente, para la distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicada en esta revista (ej.: publicar en repositorio institucional o como capítulo de libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
- Autores tienen permiso y son estimulados a publicar y difundir su trabajo online (ej.: en repositorios institucionales o en su página personal) a cualquier punto antes o durante el proceso editorial, ya que esto puede generar alteraciones productivas, así como aumentar el impacto y la citación del trabajo publicado (Véase El Efecto del Acceso Libre).