A prevenção e a repressão ao fenômeno multinacional da corrupção: o papel indutivo dos instrumentos normativos internacionais e regionais sobre o ordenamento jurídico brasileiro atinente à matéria como forma de proteção multinível aos direitos fundamentais

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.21056/aec.v19i78.1183

Palabras clave:

Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção, Convenção Interamericana contra a Corrupção, políticas públicas de combate à corrupção, proteção multinível de direitos, vinculação e adequação da legislação interna.

Resumen

Este trabalho expõe o resultado de uma pesquisa bibliográfica, utilizando-se dos métodos fenomenológico-hermenêutico, para fins de abordagem, e histórico e monográfico, a título procedimental, sobre a temática da corrupção, tendo por objetivo principal realizar, além de uma investigação histórica acerca da corrupção no Brasil, uma análise dos principais instrumentos normativos de âmbito internacional e regional de prevenção e repressão ao fenômeno, os quais colaboram a uma proteção multinível dos direitos fundamentais. No decorrer do trabalho, buscou-se o esclarecimento de questões importantes à temática, como o seguinte problema: o ordenamento jurídico interno brasileiro tocante à matéria apresenta influência e compatibilização a esses instrumentos internacionais? Por fim, conclui-se que, mesmo que a multiplicidade dimensional que abarca o tema possa acarretar lacunas, é possível constatar que o Estado brasileiro, ainda que lentamente, normativamente, caminha no sentido de prevenir e reprimir os atos de corrupção, influenciado e compatibilizado aos instrumentos internacionais condizentes à matéria.

Biografía del autor/a

  • Felipe Dalenogare Alves, Universidade de Santa Cruz do Sul
    Doutorando e Mestre em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Santa Cruz do Sul-RS, Brasil). Professor nos cursos de Pós-Graduação em Direito Processual Público Contemporâneo e Direito Civil e Processual Civil Contemporâneo da Universidade de Santa Cruz do Sul e do Centro de Ensino Integrado Santa Cruz - CEISC. Professor em cursos de pós-graduação em diversas instituições de ensino. Membro do Grupo de Pesquisas "Jurisdição Constitucional aberta", desenvolvido junto à Universidade de Santa Cruz do Sul, e do Grupo de Ensino, Pesquisa e Extensão em Direito Administrativo da Universidade Federal Fluminense. Membro correspondente do Instituto de Direito Administrativo do Rio de Janeiro - IDARJ e do Instituto Brasileiro de Direito - IbiJus. Membro docente da Rede para o Constitucionalismo Democrático Latino-Americano e pesquisador do Observatório da Jurisdição Constitucional Latino-Americana. E-mail: felipe@estudosdedireito.com.br.
  • Mônia Clarissa Hennig Leal, Universidade de Santa Cruz do Sul
    Professora da Universidade de Santa Cruz do Sul (Santa Cruz do Sul-RS, Brasil). Pós-doutora pela Universität Heidelberg (Ruprecht-Karls), doutora em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos, e doutora (sanduíche) pela Universitat Heidelberg (Ruprecht-Karls), mestre em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul. Bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq. Coordenadora do grupo de pesquisa “Jurisdição Constitucional aberta”. Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Direito - Mestrado e Doutorado da Universidade de Santa Cruz do Sul. Professora Visitante junto à Ernst-Moritz-Arndt Universität Greifswald, Alemanha. Pesquisadora Visitante junto à Ruprecht-Karls Universität Heidelberg, Alemanha e junto à Paris-Lodron Universität Salzburg, Áustria. E-mail: moniah@unisc.br.

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Publicado

2019-12-30

Cómo citar

ALVES, Felipe Dalenogare; LEAL, Mônia Clarissa Hennig. A prevenção e a repressão ao fenômeno multinacional da corrupção: o papel indutivo dos instrumentos normativos internacionais e regionais sobre o ordenamento jurídico brasileiro atinente à matéria como forma de proteção multinível aos direitos fundamentais. A&C - Revista de Direito Administrativo & Constitucional, Belo Horizonte, v. 19, n. 78, p. 137–164, 2019. DOI: 10.21056/aec.v19i78.1183. Disponível em: https://revistaaec.com/index.php/revistaaec/article/view/1183.. Acesso em: 24 nov. 2024.