Mapeamento da aplicação do princípio da solidariedade na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal
DOI:
https://doi.org/10.21056/aec.v20i81.1339Palabras clave:
aplicação, previdência social, princípio, solidariedade, Supremo Tribunal Federal.Resumen
O texto objetivou analisar quantitativamente como o Supremo Tribunal Federal (STF) aplica o princípio da solidariedade (Art. 3°, I, da CRFB). A partir de pesquisa jurisprudencial realizada no período de 1988 a 2020, tirou-se duas conclusões: a maioria das decisões do STF utiliza o princípio de forma retórica e há relativa falta de critério teórico para estabelecer como tal princípio incide normativamente. Para isso, definiu-se primeiramente de que modo ocorre a incidência da solidariedade. Em seguida, estabeleceu-se a metodologia de coleta de dados, que consistiu em pesquisa documental, através da catalogação de acórdãos prolatados no interstício supramencionado, conforme três recortes, com as palavras-chaves “solidariedade”, “Art. 3º, I, da CRFB/88” e “princípio ADJ2 solidariedade”. Após leitura do ementário das 653 decisões encontradas, foi possível observar tendências na concretização do princípio, sendo selecionadas 67 decisões nas quais a solidariedade opera como ratio decidendi. Por fim, interpretou-se os dados extraídos destas decisões (tipo de ação, matéria e pertinência) cotejando-os com a base teórica de aplicação do princípio. Assim, foi possível constatar que esta aplicação ainda é incipiente no STF, e que, não obstante isso, trata-se de uma tendência crescente no Direito, especialmente na esfera previdenciária, na qual atua como relevante vetor hermenêutico.Referencias
APOSTOLI, Adriana. La svalutazione del principio di solidarietà. Crisi di um valore fondamentale per la democrazia. Milano: Giuffrè, 2012.
BERCOVICI, Gilberto. Constituição econômica e desenvolvimento. Uma leitura a partir da Constituição de 1988. São Paulo: Malheiros, 2005.
BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Trad. Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1992.
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. “Brancosos” e interconstitucionalidade. Itinerários dos discursos sobre a historicidade constitucional. Coimbra: Almedina, 2006.
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Constituição dirigente e vinculação do legislador. Contributo para a compreensão das normas constitucionais programáticas. Coimbra: Coimbra, 1994.
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de direito previdenciário. 21ª edição revista e ampliada. Rio de Janeiro: Forense, 2018.
DE MORAIS, Jose Luis Bolzan; STRECK, Lenio Luiz. Comentários ao art. 3º. In: CANOTILHO, J. J. Gomes; MENDES, Gilmar F.; SARLET, Ingo W.; STRECK, Lenio L. (Coords.). Comentários à constituição do Brasil. Saraiva Jur, 2018. p.327 a 335.
FREITAS, Juarez. A interpretação sistemática do direito. 5 ed. São Paulo: Malheiros, 2010.
GIUFFRÈ, Felice. La solidarietà nell’ordinamento costituzionale. Milano: Giuffrè, 2002.
HESSE, Konrad. Grundzüge des Verfassungsrechts der Bundesrepublik Deutschland. 19 ed. Heidelberg: Müller, 1993.
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Comentário ao artigo 37, VII. In: CANOTILHO, J.J. Gomes; MENDES, Gilmar F.; SARLET, Ingo W; STRECK, Lenio L. (Coords.). Comentário à Constituição do Brasil. São Paulo: Saraiva/Almedina, 2013. p. 840-850.
LORENZO, Wambert Gomes Di. Teoria do Estado de solidariedade: da dignidade da pessoa humana aos seus princípios corolários. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
LUZZATI, Claudio. La vaghezza delle norme. Un’analisi del linguaggio giuridico. Milano: Giuffrè, 1990.
MASSAÚ, Guilherme. O princípio republicano constituinte do mundo-da-vida do Estado constitucional cosmopolita. Ijuí: Unijuí, 2016.
PIAZOLO, Michael. Solidarität. Deutungen zu einem Leitprinzip der Europäischen Union.Würzburg: Ergon, 2004.
ROCHA, Daniel Machado. Comentários ao art. 40. In: CANOTILHO, J. J. Gomes; MENDES, Gilmar Ferreira; SARLET, Ingo Wolfgang; STRECK, Lenio Luiz (Ed.). Comentários à constituição do Brasil. Saraiva Jur, 2018. p 1822 a 1881.
RODRIGUEZ, José Rodrigo. Como decidem as cortes?: para uma crítica do direito (brasileiro). Rio de Janeiro: Editora FGV, 2013.
SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais. Uma teoria geral dos direitos fundamentais na perspectiva constitucional. 12 ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2015.
SARLET, Ingo Wolfgang; DA ROSA, Taís Hemann. Breves notas sobre a dogmática do mínimo existencial no direito brasileiro. Revista de Direitos e Garantias Fundamentais, v. 16, n. 1, p. 217-248, 2015.
SCHOLZ, Sally J. Solidarity as a Human Rights In: Archiv des Völkerrechts. 52. Band, 1. Heft. Tübingen: Mohr Siebeck, 2014. p. 49-67.
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RE: 593068 SC. Disponível em: https://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/768165936/recurso-extraordinario-re-593068-sc-santa-catarina. Acesso em 26/03/2020.
VERDÚ, Pablo Lucas. O sentimento constitucional. Aproximação ao estudo do sentir constitucional como modo de integração política. Trad. Agassiz Almeida Filho. Rio de Janeiro: Forense, 2004.
VOLÄNDER, Hans. Die Verfassung. Idee und Geschichte. München: C.H.Beck, 1999.
ZAGREBELSKY, Gustavo. El derecho dúctil. Ley, derechos, justicia. Trad. Marina Gascón. 4 ed. Madrid: Trotta, 2002.
ZOLL, Rainer. Was ist Solidarität heute? Frankfurt am Main: Suhrkamp, 2000.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Autores que publican en esta revista están de acuerdo con los siguientes términos:
- Autores mantienen los derechos autorales y conceden a la revista el derecho de primera publicación, con el trabajo simultáneamente licenciado bajo la Creative Commons - Atribución-NoComercial-SinDerivar 4.0 Internacional que permite compartir el trabajo con reconocimiento de la autoría y publicación inicial en esta revista.
- Autores tienen autorización para asumir contratos adicionales separadamente, para la distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicada en esta revista (ej.: publicar en repositorio institucional o como capítulo de libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
- Autores tienen permiso y son estimulados a publicar y difundir su trabajo online (ej.: en repositorios institucionales o en su página personal) a cualquier punto antes o durante el proceso editorial, ya que esto puede generar alteraciones productivas, así como aumentar el impacto y la citación del trabajo publicado (Véase El Efecto del Acceso Libre).