Inteligência artificial e capacidades regulatórias do Estado no ambiente da Administração Pública Digital
DOI:
https://doi.org/10.21056/aec.v20i82.1396Palavras-chave:
Serviços públicos digitais. Inovações Tecnológicas. Inteligência Artificial. Regulação eficiente. Administração Pública.Resumo
O artigo discute as possibilidades de regulação no ambiente da Administração Pública Digital. Aborda a insuficiência das capacidades regulatórias existentes para regulação das inovações tecnológicas e da inteligência artificial, propondo o desenvolvimento de uma nova racionalidade para a relação jurídico – administrativa, capaz de proteger direitos fundamentais sem frear as disruptivas mudanças que ocorrem nos serviços públicos no ambiente digital. O objetivo é permitir a satisfação de direitos fundamentais através dos serviços públicos, apontando para a necessidade de um regime jurídico diferenciado, protetor da persona digital. O artigo sustenta a necessidade de ressubstancializar a função ordenadora estatal, com o desenvolvimento de bases teóricas para uma regulação eficiente e adequada de serviços públicos digitais.Referências
ALIANAK, Raquel Cynthia. Desarrollo Sustenible: una utopia? In: BACELLAR FILHO, Romeu Felipe; GABARDO, Emerson; HACHEM, Daniel Wunder (Coord.). Globalização, Direitos Fundamentais e Direito Administrativo: novas perspectivas para o desenvolvimento econômico e socioambiental. Belo Horizonte: Fórum, 2011, p. 111-124.
ALMEIDA, Fernando Dias Menezes. Contrato administrativo. São Paulo: QuartierLatin, 2012.
ARAGÓN, Luis E. Educação, Ciência e Tecnologia: bases para o desenvolvimento sustentável da Amazônia. Belém: Associação de Universidades Amazônicas, UNESCO, 1997.
BALKIN, Jack M. The Three Laws of Robotics in the Age of Big Data (August 27, 2017). Ohio State Law Journal, Vol. 78, (2017), Forthcoming; Yale Law School, Public Law Research Paper No. 592. Disponível em: https://ssrn.com/abstract=2890965. Acesso em: 5 out. 2019.
BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Serviço Público no Direito Brasileiro: a falsa crise. In: CONGRESSO IBERO AMERICANO DE DIREITO ADMINISTRATIVO. Curitiba. Anais... Curitiba: IPDA, 23 jun. de 2003.
BARRAL, Welber. Metodologia da pesquisa jurídica. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2003
BERCOVICI, Gilberto. Ciência e inovação sob a Constituição de 1988. Revista dos Tribunais, São Paulo, v. 916, ano 101, p. 267-294, fev. 2012.
BLANCHET, Luiz Alberto. Infraestrutura nacional e desenvolvimento sustentável. In: DOTTA, Alexandre Godoy; HACHEM, Daniel Wunder; REIS, Luciano Elias (Org.). Anais do I Seminário Ítalo-Brasileiro em Inovações Regulatórias em Direitos fundamentais, Desenvolvimento e Sustentabilidade e VI Evento de Iniciação Científica da UniBrasil. 1. ed. Curitiba: Negócios Públicos, 2011.
BRAGA, Carolina H. da Costa. Decisões automatizadas e discriminação: pesquisa de propostas éticas e regulatórias no policiamento preditivo. Dissertação apresentada ao Mestrado da UNESA, RJ, 2019. Disponível em: http://portal.estacio.br/media/4679621/carolina-henrique-da-costa-braga.pdf. Acesso em: 5 out. 2019.
BRAVO, Álvaro Avelino Sánchez. Marco Europeo para una inteligencia artificial basada en las personas. International Journal of Digital Law, Curitiba, v. 1, n. 1, p. 65-77, jan./abr. 2020.
BRUM, Argemiro J. Desenvolvimento econômico brasileiro. 16. ed. Petrópolis: Vozes, 1996.
CHEVALLIER, Jacques. O Estado Pós-Moderno. Trad. Marçal Justen Filho. Belo Horizonte: Fórum, 2009.
CORVALÁN, Juan Gustavo. Administración Pública digital e inteligente: transformaciones en la era de la inteligencia artificial. Revista de Direito Econômico e Socioambiental, Curitiba, v. 8, n. 2, p. 26-66, maio/ago. 2017.
CORVALÁN, Juan Gustavo. El impacto de la inteligencia artificial en el trabajo. Revista de Direito Econômico e Socioambiental, Curitiba, v. 10, n. 1, p. 35-51, jan./abr. 2019.
CORVALÁN, Juan Gustavo. Inteligencia Artificial GPT-3, Pretoria y Oráculos Algorítmicos en el Derecho. International Journal of Digital Law, Curitiba, v. 1, n. 1, p. 11-52 jan./abr. 2020.
CORVALÁN, Juan Gustavo. Inteligencia artificial: retos, desafíos y oportunidades – Prometea: la primera inteligencia artificial de Latinoamérica al servicio de la Justicia. Revista de Investigações Constitucionais, Curitiba, vol. 5, n. 1, p. 295-316, jan./abr. 2018. DOI: 10.5380/rinc.v5i1.55334.
CREUZ, Luis R. Cruz e; SILVA, Marck da. A Lei de Incentivos à Inovação e à Pesquisa Científica e Tecnológica. Revista IOB de Direito Administrativo, São Paulo, v. 06, p. 66-81, jun. 2006.
DROMI, Roberto. Derecho Administrativo. 10. ed. Buenos Aires: Ciudad Argentina, 2004.
DROMI, Roberto. La revolución del desarrollo: inovaciones en la gestión pública. Buenos Aires, Madrid, México: Ciudad Argentina – Hispania Libros, 2007.
FIGUEIREDO, Carla Regina Bortolaz de; CABRAL, Flávio Garcia. Inteligência artificial: machine learning na Administração Pública. International Journal of Digital Law, Curitiba, v. 1, n. 1, p. 79-96, jan./abr. 2020.
FIORAVANTI. Maurizio. Público e Privado: os princípios fundamentais da Constituição Democrática. Revista da Faculdade de Direito UFPR, Curitiba, n. 58, 2013.
FUENTES I GASÓ, Josep Ramon; JUNCOSA I VIDAL, Carme. La armonización europea de la contratación administrativa en el Estado Español: la Ley 9/2017, de 8 de noviembre, de contratos del sector público. Revista de Direito Econômico e Socioambiental, Curitiba, v. 9, n. 1, p. 64-124, jan./abr. 2018.
FREITAS, Juarez. Direito Administrativo e Inteligência Artificial. Revista Interesse Público. Belo Horizonte, ano 21, n. 114, mar./abr. 2019.
FREITAS, Juarez. Sustentabilidade: direito ao futuro. 1. ed. 1. reimp. Belo Horizonte: Fórum, 2011.
GABARDO, Emerson. Princípio constitucional da eficiência administrativa. São Paulo: Malheiros, 2002.
GABARDO, Emerson; COUTO, Clayton Santos do. O desenvolvimento para além das fronteiras nacionais: entre universalismo e subsidiariedade. In: RAMINA, Larissa; FRIEDRICH, Tatyana Scheila (Coord.). Coleção Direito Internacional Multifacetado. Vol. V. Curitiba: Juruá, 2015, p. 105-127.
GARCÍA, Jorge Sarmiento. Derecho publico. 2. ed. Buenos Aires: Ciudad Argentina, 1998.
GONÇALVES, Pedro Costa. Reflexões sobre o Estado Regulador e o Estado Contratante. Coimbra: Coimbra Editora, 2013.
HACHEM, Daniel Wunder. A noção constitucional de desenvolvimento para além do viés econômico: reflexos sobre algumas tendências do Direito Público brasileiro. A&C – Revista de Direito Administrativo & Constitucional, Belo Horizonte, ano 13, n. 53, p. 133-168, jul./set. 2013.
HACHEM, Daniel Wunder. Mínimo existencial y derechos económicos y sociales: distinciones y pun-tos de contacto a la luz de la doctrina y jurisprudencia brasileñas. Revista Eurolatinoamericana de Derecho Administrativo, Santa Fe, vol. 1, n. 1, p. 93-138, ene./jun. 2014
KREUZ, Letícia Regina Camargo; VIANA, Ana Cristina Aguilar. 4ª Revolução Industrial e Governo Digital: Exame de Experiências Implementadas no Brasil. Revista Eurolatinoamericana de Derecho Administrativo, Santa Fe, vol. 5, n. 2, p. 267-286, jul./dic., 2018. DOI: 10.14409/redoeda. v5i2.9092
KUHN, Thomas. A estrutura das revoluções científicas. 7. ed. São Paulo: Perspectiva, 2003.
MARQUES NETO, Floriano Azevedo. Limites à abrangência e à intensidade da regulação estatal. Revista Eletrônica de Direito Administrativo Econômico, Salvador, Instituto de Direito Público da Bahia, n. 04, nov/dez 2005, jan. 2006. Disponível em: http://www.direitodoestado.com.br.> Acesso em: 17. jul. 2014, p. 03.
MEDAUAR, Odete. Direito administrativo em evolução. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003.
MELLO, Célia Cunha. O fomento da Administração Pública. Belo Horizonte: Del Rey, 2003.
MONCADA, Luís S. Cabral de. 6. ed. Direito Económico. Lisboa: Coimbra Editora, 2012.
MOREIRA NETO, Diogo Figueiredo. Mutações do Direito Administrativo. 3. ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2007.
MOREIRA, Egon Bockmann. O contrato administrativo como instrumento de governo. In: GONÇALVES, Pedro Costa (Org.). Estudos de Contratação Pública IV, Coimbra: Coimbra Editora, 2012.
MOREIRA, Egon Bockmann. Direitos Fundamentais para Humanos Digitais. Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/egon-bockmann-moreira/direitos-fundamentais-para-humanos-digitais/. Acesso em: 5 out. 2019.
MORENO, Luis., GALLO, William. De la simplificación administrativa a la calidad regulatoria. Revista del círculo de Derecho Administrativo. Lima: Pontificia Universidad Católica del Perú. No. 17. V. 17, pp. 246-273, 2019. Disponivel em: https://www.academia.edu/40551524/Simplifacio_n_Administrativa_Ferney_y_Gallo_-_RDA_17_1_ Acceso el: 19 de sept. 2019.
OLIVEIRA, Fabrício de Souza; SAMPAIO, Kelly Cristine Baião. Lei de Inovações tecnológicas: a relação entre direito e economia legislativa da propriedade intelectual. In: KEMPFER, Marlene e outros. Direito e inovação: estudos críticos sobre Estado, empresa e sociedade. Juiz de Fora: Editora UFJF, 2013, p. 283-297.
OLIVEIRA, José Roberto Pimenta. Os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade no Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2006.
PUIGPELAT, Oriol Mir. Globalización, Estado y Derecho: Las transformaciones del Derecho Administrativo. Madrid: Civitas Ediciones, 2004.
RIBEIRO, Márcia Carla Pereira; SCHWANKA, Cristiane. Eficiência e gestão: do agir ao controle na atividade interventiva econômica estatal. In: BACELLAR, Romeu Felipe; HACHEM, Daniel Wunder (Coord.). Direito público no MERCOSUL: Intervenção estatal, direitos fundamentais e sustentabilidade: Belo Horizonte: Fórum, 2013, p. 93-108.
RODRÍGUEZ-ARANA MUÑOZ, J. El derecho fundamental a la buena administracion en la constitución española y en la Unión Europea. Revista Eurolatinoamericana de Derecho Administrativo, v. 1, n. 2, p. 73-93, 30 dez. 2014.
RODRÍGUEZ-ARANA MUÑOZ, Jaime. La cláusula del Estado Social de Derecho y los derechos fundamentales sociales. Revista Eurolatinoamericana de Derecho Administrativo, Santa Fe, vol. 2, n. 1, p. 155-183, ene./jun. 2015.
ROJAS, Marco Antonio Merchand. Las teorias deldesarrollo y las estratégias de política ecómica regional enlas economias periféricas. In: ETGES, ViriginiaElisabeta; AREND, Silvio Cezar (org.). CEPAL: leituras sobre o desenvolvimento latino-americano. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2012, p. 38-75.
SALGADO, Eneida Desiree. Políticas públicas, inclusão social e desenvolvimento democrático. Revista Eurolatinoamericana de Derecho Administrativo, Santa Fe, vol. 2, n. 1, p. 89-99, ene./jun. 2015
SCHWAB, Klaus. A Quarta Revolução Industrial. São Paulo: Edipro, 2016
STRINGHINI, Antonella. Administración Pública Inteligente: novedades al ecosistema normativo digital de la República Argentina. Revista Eurolatinoamericana de Derecho Administrativo, Santa Fe, vol. 5, n. 2, p. 199-215, jul./dic. 2018. DOI: 10.14409/redoeda.v5i2.9094
STRINGHINI, Antonella. Asistencia virtual automatizada e inclusiva para optimizar la relación de la ciudadanía con la Administración Pública. International Journal of Digital Law, Curitiba, v. 1, n. 1, p. 117-128, jan./abr. 2020.
SUNDFELD, Carlos Ari. Direito Administrativo Ordenador – a interferência estatal na vida privada. São Paulo: Malheiros, 1997.
SUNDFELD, Carlos Ari. Público e privado no desenvolvimento de empreendimentos estatais. In: PONTES FILHO, Valmir; MOTTA, Fabricio; GABARDO, Emerson (Coord.) Administração Pública: desafios para a transparência, probidade e desenvolvimento. XXIX Congresso Brasileiro de Direito Administrativo. Belo Horizonte: Fórum, 2017.
SUNSTEIN, Cass. Going to Extremes. NY: Oxford University Press, 2009.
VALLE, Vivian Lima López. Serviço público, desenvolvimento econômico e a nova contratualização da Administração Pública: o desafio na satisfação dos direitos fundamentais. In: BACELLAR FILHO, Romeu Felipe; GABARDO, Emerson; HACHEM, Daniel Wunder (Coord.). Globalização, Direitos Fundamentais e Direito Administrativo: novas perspectivas para o desenvolvimento econômico e socioambiental. Belo Horizonte: Fórum, 2011, p. 273-284.
VELLOSO, João Paulo dos Reis. Novo modelo de desenvolvimento para o Brasil. In: VELLOSO, João Paulo dos Reis (org.). Desenvolvimento, tecnologia e governabilidade. São Paulo: Nobel, 1994, p. 17-60.
VILLANUEVA, Luis F. Aguiar. Gobernanza y gestión pública. México: FCE, 2006.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).