Mandado de injunção, um enredo em andamento – Seis personagens à procura de um autor
DOI:
https://doi.org/10.21056/aec.v13i51.147Keywords:
Mandado de injunção, direitos fundamentais, inércia legislativa, teorização constitucional incompletaAbstract
A mudança de orientação da jurisprudência da Suprema Corte em relação ao mandado de injunção, com a decisão dos MI`s 670, 708 e 712, apresentou-se como uma solução definitiva ao tormentoso problema da inércia legislativa, quando se cuidasse de direitos fundamentais. Os casos que na sequencia se apresentaram à Corte – especialmente os recentes MI`s 943, 1010, 1074 e 1090 – em verdade, evidenciaram que os precedentes anteriores devem ser vistos como o primeiro ato de uma peça ainda em andamento, que está em verdade, longe de seu pano final. Esse artigo apresenta seis aspectos que a recente jurisprudência da Corte ainda está por elaborar sob a perspectiva teórica – o que leva a uma incompletude ainda da teoria constitucional no que toca ao controle da omissão legislativa que bloqueia a efetividade da Constituição. Esses seis temas, embora ignorados pela Corte, encontram-se presentes nos casos trazidos à consideração em judicial review, e tal qual na peça de Pirandello, são como personagens à procura de um autor – alguém que possa trazê-los à vida no universo da adjudicação constitucional.References
AJOUZ, Igor; VALLE, Vanice Regina Lírio do Valle. Segurança jurídica e ativismo judicial nas sumulas vinculantes. in: CARVALHO, Flávia Martins de; VIEIRA, José Ribas. (Org.). Direito e constituição: democracia e Estado no século XXI. Rio de Janeiro: UFRJ, 2011, v. , p. 137-150.
BARROSO, Luis Roberto. Neoconstitucionalismo e constitucionalização do direito: o triunfo tardio do direito constitucional no Brasil. Revista Eletrônica sobre a Reforma do Estado (RERE), Salvador, Instituto Brasileiro de Direito Público, nº 9, março/abril/maio, 2007. Disponível em https://direitodoestado.com.br/rere.asp, acesso em 11/03/2012.
BENVINDO, Juliano Zaiden. Mandado de injunção em perigo: os riscos da abstração de seus efeitos no contexto do ativismo judicial brasileiro. Observatório de Jurisdição Constitucional, Ano 5, 2011/2012, [on line], disponível em <http://www.portaldeperiodicos.idp.edu.br/index.php/observatorio/article/view/597/400>, acesso em 13 de julho de 2012.
BRANDÃO, Rodrigo. Supremacia Judicial versus Diálogos Constitucionais. Rio de Janeiro, Lumen Juris, 2012.
CAMBI, Eduardo. Neoconstitucionalismo e neoprocessualismo. Direitos fundamentais, políticas públicas e protagonismo judiciário. 2ª ed., rev. e atual., Prefácio Teresa Arruda Alvim Wambier e Luiz Rodrigues Wambier, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011.
DIXON, Rosalind, Creating Dialogue about Socioeconomic Rights: Strong-Form versus Weak-Form Judicial Review Revisited (2007). International Journal of Constitutional Law, Oxford Journals, Vol. 5, No. 3, pp. 391-418, 2007. Disponível em SSRN: <http://ssrn.com/abstract=1536716>, acesso em 7 de maio de 2012.
DIXON, Rosalind. Deciding not to decide: deferral in constitutional design. International Journal of Constitutional Law, Vol. 9, Nº 3-4, 2011, p. 636-672.
FERNÁNDEZ RODRÍGUEZ, José Julio. La inconstitucionalidad por omisión. Teoria general. Derecho comparado. El caso español. Madrid: Civitas, 1998.
FERRAZ, Anna Candida da Cunha. Inconstitucionalidade por omissão: uma proposta para a constituinte, Revista de Informação Legislativa, Brasília, Ano 9, nº 34, p. 46-61, jan-mar 1986.
FRIEDMAN, Barry. The politics of judicial review. Texas Law Review, v. 84, n. 2, p. 257-337, Dec. 2005.
GRABER, Mark. The nonmajoritarian difficulty: legislative deference to the judiciary. American political development, 7, Spring 1993, p. 35-73.
GRIMM, Dieter. Constitucionalismo y derechos fundamentales. Estudio preliminary Antonio López Pina, Madrid: Editoral Trotta, 2006.
HACHEM, Daniel Wunder. A construção de uma nova configuração jurídica para o mandado de injunção. Revista A&C de Direito Administrativo e Constitucional. Ano 9, nº 38, outubro/dezembro 2009, p. 129-166.
MENDES, Gilmar Ferreira. Jurisdição constitucional. O controle abstrato de normas no Brasil e na Alemanha. 3a ed., São Paulo: Saraiva, 1999.
MENDES, Gilmar Ferreira. O mandado de injunção e a necessidade de sua regulação legislativa. Observatório da Jurisdição Constitucional, Ano 3, 2009/2010, [on line], disponível em <http://www.portaldeperiodicos.idp.edu.br/index.php/observatorio/issue/view/37>, acesso em 10 de julho de 2012.
MORAIS, Carlos Blanco. Direitos sociais e controlo de inconstitucionalidade por omissão no ordenamento brasileiro: activismo judicial momentâneo ou um novo paradigma? Revista brasileira de estudos constitucionais – RBDC, Ano 5, nº 20, outubro/dezembro 2011, p. 211-243.
PEDRA, Anderson Sant’Ana. Parâmetros para a verificação da omissão legislativa inconstitucional. Revista brasileira de estudos constitucionais – RBDC, Ano 5, nº 20, outubro/dezembro 2011, p. 181-210.
PIÇARRA, Nuno. A separação dos poderes como doutrina e princípio constitucional. Um contributo para o estudo das suas origens e evolução. Coimbra: Coimbra Editora Limitada, 1989.
POGREBINSCHI, Thamt. Judicialização ou representação? Política, direito e democracia no Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.
RAY, Brian. Policentrism, Political Mobilization and the Promise of Socioeconomic Rights (December 9, 2009). Stanford Journal of International Law, Vol. 45, p. 1; Cleveland-Marshall Legal Studies Paper No. 08-154, p. 151-200, disponível em SSRN: <http://ssrn.com/abstract=1098939>, acesso em 19 de julho de 2012.
REPUBLIC OF SOUTH AFRICA. Constitutional Court. Minister of Home Affairs and Another v Fourie and Another (CCT 60/04) [2005] ZACC 19; 2006 (3) BCLR 355 (CC); 2006 (1) SA 524 (CC) (1 December 2005), disponível em < http://www.saflii.org/za/cases/ZACC/2008/1.pdf>, acesso em 19 de julho de 2012.
ROSENFELD, Michel. A identidade do sujeito constitucional. Tradução de Menelick de Carvalho Netto. Belo Horizonte: Mandamentos Editora, 2003.
SAFFON, María Paula e GARCÍA-VILLEGAS, Maurício. Derechos sociales y activismo judicial, La dimensión fáctica del activismo judicial en derechos sociales en Colombia. Estudios socio-jurídicos. Bogotá (Colombia), 13(1): 75-107, enero-junio 2011, p. 75-107.
SARLET, Ingo; MARINONI, Luiz Guilherme e MITIDIERO, Daniel. Curso de Direito Constitucional. São Paulo:Editora Revista dos Tribunais, 2012.
SILVA, Cecília de Almeida et al. Diálogos institucionais e ativismo. Curitiba: Juruá, 2010.
STRECK, Lenio Luiz. O que é isto – decido conforme minha consciência? Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora, 2010.
SUNSTEIN, Cass. Constitutional agreements without constitutional theories. Ratio Juris, Vol. 13, Issue 1, March 2000.
THURY CORNEJO, Valentin. Juez y divison de poderes hoy. Buenos Aires – Madrid: Ciudad Argentina, 2002.
VALLE, Vanice Regina Lírio. A construção de uma garantia constitucional: compreensão da Suprema Corte quanto ao Mandado de Injunção. Rio de Janeiro: Lumen Juris Editora, 2005.
VALLE, Vanice Regina Lírio do. Sindicar a omissão legislativa: real desafio à harmonia entre os poderes. Prefácio José Ribas Vieira, Belo Horizonte: Editora Forum, 2007.
VALLE, Vanice Regina Lírio do (org.). Ativismo jurisdictional e o Supremo Tribunal Federal. Laboratório de Análise de Jurisprudência do STF. Curitiba: Juruá Editora, 2009.
VALLE, Vanice Regina Lírio do. Constituição e a fênix: o controle da omissão legislativa renasce das cinzas na proteção aos direitos fundamentais. Revista A&C de Direito Administrativo & Constitucional, v. 35, p. 33-59, 2009.
ZAGREBELSKY, Gustavo. Jueces constitucionales. Boletín Mexicano de Derecho Comparado, nueva serie, año XXXIX, nº 117, septiembre-deciembre de 2006, p. 1135-1151.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Authors who publish in this Journal agree to the following terms:
- Authors retain copyright and grant the A&C - Administrative & Constitutional Law Review the right of first publication with the article simultaneously licensed under the Creative Commons - Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International which allows sharing the work with recognition of the authors and its initial publication in this Journal.
- Authors are able to take on additional contracts separately, for non-exclusive distribution of the version of the paper published in this Journal (eg.: publishing in institutional repository or as a book), with a recognition of its initial publication in this Journal.
- Authors are allowed and encouraged to publish their work online (eg.: in institutional repositories or on their personal website) at any point before or during the submission process, as it can lead to productive exchanges, as well as increase the impact and the citation of the published work (see theEffect of Open Access).