O tribunal de contas no Brasil e seus congêneres europeus: um estudo comparativo
DOI:
https://doi.org/10.21056/aec.v18i71.844Keywords:
Direito Comparado, controle externo, Tribunal de Contas, instituições superiores de controle, EuropaAbstract
Neste trabalho, o modelo de Tribunal de Contas adotado no Brasil, a partir da Constituição de 1988, é comparado com seus congêneres europeus, em especial aqueles que influenciaram a sua criação em nosso país. Para tal fim, são apresentadas algumas noções relacionadas ao Direito Comparado e apresentado um estudo abrangendo os Tribunais de Contas do Brasil, da França, da Itália, da Espanha, além de diversas outras Instituições Superiores de Controle (ISC) da União Europeia, a partir de pesquisa bibliográfica qualitativa e documental, valendo-se, para tanto, do método informativo ou descritivo. O Brasil segue atualmente um modelo mais próximo do Francês, de Tribunal que delibera de forma colegiada, com função jurisdicional, sem vínculo com qualquer dos três Poderes, cujos membros têm status equivalente ao dos integrantes do Poder Judiciário e que exerce auditoria ex postdas espécies judicial, financeira e de performance. O diferencial mais claro entre a instituição brasileira e os modelos estudados consiste no tratamento marcadamente constitucional conferido pelo constituinte brasileiro, além da ampliação do seu espectro de atuação em razão da adoção do novo parâmetro de controle de legitimidade.References
BARBOSA, Rui. Exposição de motivos de Rui Barbosa sobre a criação do TCU. Revista do Tribunal de Contas da União. Brasília, v. 30, n. 82, p. 253-262, out./dez. 1999.
BARRETTO, Pedro Humberto Teixeira. O sistema Tribunais de Contas e Instituições Equivalentes: um estudo comparativo entre o modelo brasileiro e o da União Europeia. Rio de Janeiro: Renovar, 2004.
BARRÓN, Íñigo. El Supremo denuncia la politización del Tribunal de Cuentas. El País, Madrid, 11 fev. 2013. Disponível em < https://politica.elpais.com/politica/2013/02/09/actualidad/1360438194_544177.html >. Acesso em: 22 de jul. 2017.
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula n. 347. 13 dez. 1963. Imprensa Nacional: 1964, p. 151.
BRITTO, Carlos Ayres. O regime constitucional dos Tribunais de Contas. Fórum Administrativo – FA, Belo Horizonte, ano 5, n. 47, jan. 2005.
CAPPELLETTI, Mauro. Juízes legisladores? Tradução Carlos Alberto Alvaro de Oliveira. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1993.
DAVID, René. Os grandes sistemas do direito contemporâneo. Tradução Hermínio A. Carvalho. 5. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2014.
FAGUNDES, Miguel Seabra. Reformas essenciais ao aperfeiçoamento das instituições políticas brasileiras. Revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, Edição Especial, p. 87-109, dez. 2013.
FRANÇA. Constitution de la République française (1958). Assemblée National. 4 out. 1985. Disponível em: < http://www.assemblee-nationale.fr/connaissance/constitution.asp#titre_5 >. Acesso em: 25 jun. 2016.
GUALAZZI, Eduardo Lobo Botelho. Regime jurídico dos Tribunais de Contas. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1992.
HERNÁNDEZ, José Antonio. Los lazos de parentesco en el Tribunal de Cuentas alcanzan a 100 empleados. El País, Madrid, 23 jun. 2014. Disponível em: < https://politica.elpais.com/politica/2014/06/23/actualidad/1403548994_107851.html >. Acesso em: 22 jul. 2017.
ITÁLIA. Constituzione della Repubblica Italiana (1948). Senato della Reppulica Italiana. Roma: Libreria del Senato, dez. 2012. Disponível em: < https://www.senato.it/documenti/repository/istituzione/costituzione.pdf >. Acesso em: 25 jun. 2016.
JAYME, Fernando G. A competência jurisdicional dos Tribunais de Contas no Brasil. Revista do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais, Belo Horizonte, n. 4, out./nov./dez. 2002. Disponível em: < http://200.198.41.151:8081/tribunal_contas/2002/04/-sumario?next=5 >. Acesso em: 24 jul. 2017.
MIRANDA, Pontes de. Comentários à Constituição de 1967 com a Emenda n. 1 de 1969. Tomo III. 2. ed., rev. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1973.
MEDAUAR, Odete. Controle da Administração Pública pelo Tribunal de Contas. Senado Federal, Revista de Informação Legislativa, v. 27, n. 108, p. 101-126, out./dez. de 1990.
NIETO, Alejandro. Corrupción en la España democrática. Barcelona: Editorial Ariel, 1997.
NÓBREGA, Marcos. Os Tribunais de Contas e o Controle dos Programas Sociais. Belo Horizonte: Fórum, 2011.
OVÍDIO, Francisco. Aspectos do Direito Comparado. Revista da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, São Paulo, v. 79, p. 161-180, 1984.
UNITED KINGDOM NATIONAL AUDIT OFFICE. State Audit in the European Union. Heronsgate, dez. 2005. Disponível em: < https://www.nao.org.uk/report/state-audit-in-the-european-union/ >. Acesso em: 25 jun. 2016.
RODRIGUES, Ricardo Schneider. Os Tribunais de Contas e o Controle de Políticas Públicas. Maceió: Viva, 2014.
TORRES, Ricardo Lobo. A legitimidade democrática e o Tribunal de Contas. Revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, n. 194, p. 31-45, out./dez. 1993.
TRIBUNAL DE CUENTAS. Historia, Madrid, [2017?]. Disponível em: < http://www.tcu.es/tribunal-de-cuentas/es/la-institucion/historia/ > Acesso em: 23 jul. 2017.
Downloads
Published
Issue
Section
License
Authors who publish in this Journal agree to the following terms:
- Authors retain copyright and grant the A&C - Administrative & Constitutional Law Review the right of first publication with the article simultaneously licensed under the Creative Commons - Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International which allows sharing the work with recognition of the authors and its initial publication in this Journal.
- Authors are able to take on additional contracts separately, for non-exclusive distribution of the version of the paper published in this Journal (eg.: publishing in institutional repository or as a book), with a recognition of its initial publication in this Journal.
- Authors are allowed and encouraged to publish their work online (eg.: in institutional repositories or on their personal website) at any point before or during the submission process, as it can lead to productive exchanges, as well as increase the impact and the citation of the published work (see theEffect of Open Access).