Cotas trans – reserva de vagas para pessoas trans e travestis no ensino superior: primeiras iniciativas de ação afirmativa nas universidades públicas brasileiras
DOI:
https://doi.org/10.21056/aec.v25i100.2081Palavras-chave:
ação afirmativa; identidade de gênero; cotas trans; universidade pública; inclusão.Resumo
Nesta pesquisa, analisamos as normativas que instituem a reserva de vagas para pessoas trans em cursos de graduação nas universidades públicas brasileiras. Investigamos, entre outros elementos, suas fundamentações e principais regras, a quantidade de vagas ofertadas, os critérios para acesso e as formas de controle das autodeclarações das pessoas trans participantes. Do ponto de vista metodológico, realizamos um levantamento inicial a partir de fontes jornalísticas e registros de movimentos sociais, o que nos permitiu mapear universidades que adotaram vagas reservadas. Em seguida, validamos essas informações por meio da consulta direta aos sites institucionais das universidades, e coletamos as normativas. Como resultado, até início de 2025, identificamos 19 universidades que implementaram essa política. Ao articular a análise das normativas com uma síntese de dados provenientes de agências de notícias e de relatos de movimentos estudantis, buscamos contextualizar o atual cenário de avanço das lutas por políticas de acesso para pessoas trans em cursos de graduação em universidades públicas, sem perder de vista que esses avanços ocorrem em meio a uma onda política conservadora capitaneada pela extrema-direita.
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