Quem decide no STF e o protagonismo do Supremo
DOI:
https://doi.org/10.21056/aec.v24i95.1682Palabras clave:
protagonismo do judiciário; judicialização da política; Constituição de 1988; ordenamento jurídico; STF.Resumen
O presente artigo reflete sobre o protagonismo do judiciário em específico acerca dos limites necessários para conter um comportamento ativista do judiciário brasileiro. Após a promulgação da Constituição de 1988 denota-se que a postura de atuação somente mediante provocação deixa de ser observada no comportamento do judiciário brasileiro. Este artigo trata o referido assunto a partir do método analítico-dedutivo com a reflexão teórica sobre a literatura pertinente ao Estado Constitucional e a judicialização da política no Brasil. Arremata-se aqui que o protagonismo do judiciário e os seus fenômenos correlatos característicos como é o caso da judicialização da política se coloca como corolário esperado em um contexto de consolidação do Estado Democrático de Direito e também é favorecido por algumas peculiaridades do sistema político brasileiro. Sugere-se que um dos meios para contenção da exposição exacerbada do judiciário brasileiro é privilegiar as decisões colegiadas no STF em detrimento das monocráticas garantindo a ratio decidendi e a segurança jurídica.Referencias
ALBUQUERQUE, Grazielle. Mídia e Justiça no Brasil: o Mapeamento das pautas históricas de uma nova relação. Mediapolis – Revista de Comunicação, Jornalismo e Espaço Público, n. 5, p. 51-73, 2017.
ARGUELHES, Diego Werneck; RIBEIRO, Leandro Molhano. MINISTROCRACIA: O Supremo Tribunal individual e o processo democrático brasileiro. Novos Estudos, São Paulo, n. 110, p. 13-32, 2018.
BARBOZA, Estefânia Maria de Queiroz; KOZICKI, Katya. Judicialização da Política e Controle Judicial de Políticas Públicas. Revista Direito GV, vol.8, no.1. São Paulo: Jan./Jun., 2012.
BARBOZA, Estefânia Maria de Queiroz; STRAPASSON, Kamila Maria. Diretrizes para o aperfeiçoamento das decisões colegiadas do STF à luz da teoria de Dworkin. Revista Jurídica da Presidência. Brasília, v. 23, n.131, out. 2021/jan. 2022.
BARROSO, Luís Roberto. Sem data venia: um olhar sobre o Brasil e o mundo. Rio de Janeiro: História Real, 2020.
BERRI, Carolina Heloisa Guchel. As Supremas Cortes do Brasil e dos Estados Unidos da América: seus sistemas comparados de prestação jurisdicional e a problemática dos precedentes. Belo Horizonte: Dialética, 2021. E-book.
BONAVIDES, Paulo. Do Estado Liberal ao Estado Social. 8.ed. São Paulo: Malheiros, 2007.
CAPPELLETTI, Mauro. Juízes legisladores?. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris, 1999.
CERVINI, Raúl. Nuevas reflexiones sobre extravictimización mediática de los operadores de la justicia. Revista CEJ, v. 7, n. 20, p. 30-46, 20 mar. 2003.
CERQUEIRA NETO, José Nunes de. Como pensam os Ministros do STF? direito, política e guarda da constituição no pós-1988. Brasília, 2016. 119 f. Dissertação (Mestrado em Direito) - Programa de Pós-Graduação em Direito, Universidade de Brasília
CONCI, Luiz Guilherme Arcaro; DIAS, Roberto (Org.). Crise das democracias liberais: perspectivas para os direitos fundamentais e a separação de poderes. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2019.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (Brasil). Código de Ética da Magistratura Nacional, de 26 de agosto de 2008. Diário da Justiça [da] República Federativa do Brasil, Brasília, DF, p. 1-2, 18 set. 2008.
CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (Brasil). Supremo em ação 2018: ano-base 2017. Brasília: CNJ, 2017.
DAWOOD, Yasmin, Electoral Fairness and the Law of Democracy: A Structural Rights Approach to Judicial Review (October 15, 2012). 62 University of Toronto Law Journal 499-561 (2012).
DIXON, Rosalind; LANDAU, David. Abusive Constitutional Borrowing: Legal Globalization and the Subversion of Liberal Democracy. Oxford: Oxford University Press, 2021.
FIGUEIREDO, Marcelo. O ativismo do Supremo Tribunal Federal e a ausência de critérios claros em matéria de direitos fundamentais. A&C – Revista de Direito Administrativo & Constitucional, Belo Horizonte, ano 18, n. 74, p. 97-123, out./dez. 2018. DOI: 10.21056/aec.v19i74.910.
GLOPPEN, Siri. Conceptualizing Lawfare. CMI-UiB Centre on Law & SocialTransformationWorking paper, 2017. Available at: https://www.academia.edu/35608212/Conceptualizing_Lawfare_A_Typology_and_Theoretical_Framwork.
HIRSCHL, Ran. O novo constitucionalismo e a judicialização da política pura no mundo. Revista de Direito Administrativo, v. 251, p. 139-178, 1 maio 2009.
HIRSCHL, Ran. The Question of Case Selection in Comparative Constitutional Law. American Journal of Comparative Law, v. 53, p. 125-155, 2005.
JACKSON, Vicki. Yes Please, I’d love to talk with you. In: Legal Affairs Magazine, July, 2004.
KERSTENETZKY, Celia Lessa. O Estado do Bem-Estar Social na Idade da Razão: A reinvenção do estado social no mundo contemporâneo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
LEAL, Rogério Gesta. Riscos e possibilidades do ativismo judicial na democracia. A&C – Revista de Direito Administrativo & Constitucional, Belo Horizonte, ano 21, n. 83, p. 119-135, jan./mar. 2021.
LEVITSKY, Steven; ZIBLATT, Daniel. Como as democracias morrem. Rio de Janeiro: Zahar, 2018. E-book.
MARCHETTI, Vitor. Justiça e competição eleitoral. Santo André: Universidade Federal do ABC, 2013.
MOTTA, Rayssa; MACEDO, Fausto. ‘Quem quer fazer militância política deve fazer em partido político’, diz Gilmar sobre Moro e Deltan. Estadão. Disponível em: https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/quem-quer-fazer-militancia-politica-deve-fazer-em-partido-politico-diz-gilmar-sobre-moro-e-deltan/. Acesso 06 fev. 2022.
NALINI, José Renato. A Rebelião da Toga. 2.ed. Campinas: Millenium, 2008.
PFERSMANN, Otto. Positivismo jurídico e justiça constitucional no século XXI. Tradução e organização: Alexandre Coutinho Pagliarini. Prefácio: Jorge Miranda. Apresentação: Francisco Rezek. São Paulo: Saraiva, 2014.
PIMENTA, Paulo Roberto Lyrio. As normas constitucionais programáticas e a reserva do possível. Revista de informação legislativa, v. 49, n. 193, jan.-mar. 2012.
RAWLS, John. O liberalismo político. 2.ed. São Paulo: Ática, 2000.
RECONDO, Felipe; WEBER, Luiz. Os onze: O STF, seus bastidores e suas crises. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. E-book.
ROMANO, Silvina Maria (Comp.). Lawfare: guerra judicial y neoliberalismo em América Latina. Sevilla: Mármol Izquierdo Editores, 2019.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Os tribunais e as novas tecnologias de comunicação e de informação. Sociologias, Porto Alegre, ano 7, n.º 13, jan/jun 2005, p. 82-109.
SARI, Aurel. The Juridification of the British Armed Forces and the European Convention on Human Rights: ‘Because it’s judgment that defeats us.’, 2014. Disponível em: https://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=2411070.
SCHIER, Paulo Ricardo; SCHIER, Adriana da Costa Ricardo. Direitos sociais, reserva do possível e o mínimo existencial: a aporia do meio adequado de satisfação. A&C – Revista de Direito Administrativo & Constitucional, Belo Horizonte, ano 18, n. 74, p. 67-96, out./dez. 2018. DOI: 10.21056/aec.v19i74.1047.
SCHMIDT NETO, André Perin. A judicialização da política e das relações sociais no Brasil. Revista da Faculdade de Direito Uniritter, Canoas, v. 10, p. 83-86, 2009.
SEN, Amartya. A ideia de justiça. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
SONCIN, Angela Carolina; SILVA, Juvêncio Borges. MÍDIA E PODER JUDICIÁRIO: da informação isenta à influência ideológica e política sobre as decisões judiciais. Revista Húmus, v. 11, n. 31, 2021.
TAYLOR, Matthew MacLeod. Judging Policy: Courts and Policy Reform in Democratic Brazil. Stanford, Stanford University Press, 2008.
TEIXEIRA, Lucas Borges; LOPES, Nathan. Gilmar Mendes deveria ser coerente e trocar a toga pelo voto, diz Deltan. UOL Notícias. Disponível em: https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2021/12/21/deltan-dallagnol-uol-entrevista-podemos-gilmar-mendes-lava-jato.htm>. Acesso em: 06 fev. 2022.
VIEIRA, Oscar Vilhena. Supremocracia. Revista Direito GV, São Paulo, v. 4, n. 2, p. 441-464, 2008.
VIEIRA, Oscar Vilhena. A batalha dos poderes. São Paulo: Companhia das Letras, 2018. E-book.
WALDRON, Jeremy. A dignidade da legislação. Trad.: Luís Carlos Borges. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 Fernando Bueno de Castro, DOACIR GONÇALVES DE QUADROS
![Creative Commons License](http://i.creativecommons.org/l/by-nc-nd/4.0/88x31.png)
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
Autores que publican en esta revista están de acuerdo con los siguientes términos:
- Autores mantienen los derechos autorales y conceden a la revista el derecho de primera publicación, con el trabajo simultáneamente licenciado bajo la Creative Commons - Atribución-NoComercial-SinDerivar 4.0 Internacional que permite compartir el trabajo con reconocimiento de la autoría y publicación inicial en esta revista.
- Autores tienen autorización para asumir contratos adicionales separadamente, para la distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicada en esta revista (ej.: publicar en repositorio institucional o como capítulo de libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista.
- Autores tienen permiso y son estimulados a publicar y difundir su trabajo online (ej.: en repositorios institucionales o en su página personal) a cualquier punto antes o durante el proceso editorial, ya que esto puede generar alteraciones productivas, así como aumentar el impacto y la citación del trabajo publicado (Véase El Efecto del Acceso Libre).