Racionalidade jurídica nos processos administrativos disciplinares de infrações contra a dignidade sexual na relação professor(a)-aluno(a): um estudo de caso do Estado de São Paulo
DOI:
https://doi.org/10.21056/aec.v25i101.2089Palabras clave:
Racionalidade jurídica; processo administrativo disciplinar; dignidade sexual; educação; jurisprudência administrativa.Resumen
O objetivo deste trabalho consistiu em apreender a racionalidade jurídica empreendida em processos administrativos disciplinares vinculados à Secretaria da Educação do Estado de São Paulo [SEDUC], em casos de condutas que atentaram contra a dignidade sexual e cujo resultado final do Processo Administrativo Disciplinar [PAD] tenha sido a demissão do acusado. Para tanto, tendo sido selecionada uma amostra de cinco Relatórios finais produzidos, cada um por uma das cinco Unidades Processantes responsáveis pelos processos oriundos da SEDUC, perscrutou-se a construção narrativa do argumento de cada um deles em relação a algumas categorias: a posição que assumiam quanto à própria categorização das condutas; a correlação empreendida em relação às perspectivas jurídicas dos Tribunais Superior e Supremo ou, grosso modo, a jurisprudência relativa ao tema; o cotejo analítico das provas; a racionalidade jurídica empreendida textualmente na operação de subsunção fato-norma; as consequências jurídico-disciplinares dos processos administrativos; e outras considerações jurídicas que se afigurassem pertinentes.
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